Médicos apelam ao diagnóstico e tratamento precoce da Colangite Biliar Primária

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma ação de consciencialização para a Colangite Biliar Primária (CBP), uma doença crónica e silenciosa, que atinge maioritariamente as mulheres, entre os 40 e os 60 anos. A iniciativa vai decorrer nas redes sociais da associação, e tem como objetivo alertar as pessoas para a importância do diagnóstico e tratamento desta doença, que se não for tratada precocemente, poderá evoluir para doença hepática terminal.

“A Colangite Biliar Primária é uma doença crónica cuja causa ainda está por identificar. Em muitos casos, a doença mantém-se ligeira ou moderada, sem perturbações do funcionamento do fígado. Sabe-se que é uma condição autoimune, que se manifesta através de inflamação nas ramificações intra-hepáticas das vias biliares”, esclarece Arsénio Santos, presidente da APEF.

Os sintomas iniciais mais comuns são fadiga e comichão na pele (prurido). Embora menos frequentes, existem também outras manifestações a ter em conta, tais como: dor abdominal; escurecimento da pele; pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele ou ao redor dos olhos. Algumas pessoas apresentam também queixas de boca e olhos secos e dores nos ossos, músculos e articulações.

O médico explica que apesar de não ter cura, esta doença tem tratamento se for diagnosticada atempadamente. “A sua deteção pode ser feita precocemente, através de análises ao sangue, ao detetar alteração das análises hepáticas, principalmente da fosfatase alcalina. A verdade é que o tratamento evita, na maioria das vezes, a sua complicação mais temível, que é a evolução para cirrose hepática. A cirrose é a quarta maior causa de morte precoce em Portugal e, em muitos casos, só é solucionada através do transplante de fígado”, realça Arsénio Santos.

De acordo com a progressão da doença, podem surgir sintomas associados à cirrose: icterícia, acumulação de líquido no abdómen ou em outras partes do corpo (ascite) e sangramento interno na parte superior do estômago e do esófago, devido à dilatação das veias (varizes). A osteoporose é outra das complicações da CBP. Apesar de ser mais comum em fases finais da doença, também pode ocorrer inicialmente. Além disso, as pessoas com cirrose apresentam risco aumentado de cancro do fígado (carcinoma hepatocelular).

Em Portugal, estima-se que existam cerca de 2 mil casos de Colangite Biliar Primária, o que a torna uma doença rara e pouco conhecida, atingindo maioritariamente as pessoas do sexo feminino, mais precisamente, nove mulheres por cada homem; pessoas com membros da família afetados e pessoas do norte da Europa. As idades mais comuns de diagnóstico situam-se entre os 40 e os 60 anos, em ambos os sexos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

APEF - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O ESTUDO DO FÍGADO
Rua Abranches Ferrão, nº 10 - 14º
1600-001 Lisboa Tel: 217995536 
Fax: 217995538
geral@apef.com.pt

Horário de funcionamento:
9.00 - 13.00, 14.00 - 18.00

Secretariado

Luis Maco
Diretor-Geral
luis.maco@apef.com.pt
Andreia Neto
andreia.neto@apef.com.pt
Teresa Jorge
teresa.jorge@apef.com.pt
Cândida Rodrigues

Tornar-se sócio

É favor enviar ao Presidente da APEF, até 3 meses da data da Assembleia Geral, a proposta devidamente preenchida, assinada por dois sócios titulares da APEF e acompanhada das notas curriculares (resumo cv), para: Geral@apef.com.pt ou para

APEF - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O ESTUDO DO FÍGADO, Rua Abranches Ferrão

Nº10 - 14º 1600-001 Lisboa.

Ficha de Inscrição