Otimização do estado nutricional no transplante hepático: “A minha prioridade é o tipo de intervenção nutricional que devo disponibilizar ao doente”

Otimização do estado nutricional no transplante hepático: “A minha prioridade é o tipo de intervenção nutricional que devo disponibilizar ao doente”

Tiago Pina foi um dos palestrantes do Curso de Nutrição Clínica na Doença Hepática, organizado pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF). O nutricionista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) teve a oportunidade de esclarecer mais sobre o tema da otimização do estado nutricional nos casos de transplante hepático e cirurgias na mesa-redonda “Nutrição clínica na cirrose”, apresentando uma visão centralizada nas necessidades do doente.

Qual a importância do tema do qual é palestrante (“Nutrição clínica na cirrose”)?

Tiago Pina (TP) – Acho que este tema e este curso são extremamente importantes para todos os clínicos e nutricionistas. Sabemos que a nutrição ainda não é uma unidade curricular obrigatória na Licenciatura em Medicina e é importante reconhecer o valor e impacto que esta tem na saúde do doente, principalmente nas doenças hepáticas, garantindo que a otimização nutricional do doente potencie os outcomes clínicos.

Relativamente à sua intervenção em específico (“Otimização do estado nutricional antes e depois do transplante hepático e cirurgias”), o que nos pode dizer?

TP – Aquilo que eu tentei fazer com a minha apresentação foi defender o doente. A minha prioridade é o tipo de intervenção nutricional que devo disponibilizar ao doente e o que posso daí garantir em termos clínicos. Tento demonstrar que a necessidade da avaliação e intervenção neste doente aconteça da forma mais precoce possível. Tento demonstrar que a avaliação e o conhecimento prévio das necessidades, consequências e complicações neste doente também sejam estudadas, para uma melhor intervenção. E tento demonstrar o papel que o nutricionista pode ter numa equipa multidisciplinar no momento pré e pós-transplante hepático imediato e tardio.

O que é que este tema pode acrescentar a todos os participantes?

TP – Acho que conscientiza bastante o clínico daquilo que é a intervenção do nutricionista, daquilo que o nutricionista pode oferecer tanto à equipa médica para os outcomes clínicos como para aquilo que são os potenciais de recuperação neste doente.

Na sua opinião, qual a importância da realização do Curso de Nutrição Clínica na Doença Hepática?

TP – Devem ser muito mais frequentes estes cursos, estas abordagens, estas tertúlias, estas trocas de ideias, estes debates, porque nos abre horizontes, novas perspetivas e formas de abordagem e de intervenção. Acho que são fundamentais.

Quais os principais obstáculos no que a este tema diz respeito?

TP – Os obstáculos são muitos. Como um colega abordou, nós temos um elefante branco em que as dificuldades na avaliação e intervenção são inúmeras. Nós temos de conhecer o ideal do ponto de vista teórico para tentar, praticamente, garantir isso nos nossos hospitais. Desde a avaliação do risco nutricional, à intervenção no doente em lista para transplante, a consulta prévia neste doente ainda sem falência hepática, o acompanhamento do doente internado até à monitorização dos doentes pós transplante. Tudo isso é fundamental para ser mudado o paradigma e melhorar realidades, adquirindo novos comportamentos para que o cuidado ao doente seja melhor.

Quais as suas expectativas em relação a este curso?

TP – A expectativa é garantir uma abordagem em equipa multidisciplinar e pluriprofissional centrada no doente com doença hepática.

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