Qual o impacto que a obesidade pode ter na saúde do fígado?

A obesidade afeta grande número de portugueses: aproximadamente dois terços têm excesso de peso e mais de um quarto são obesos. É um fator de risco para várias doenças, entre elas a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, os distúrbios do colesterol, as doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca, a apneia do sono e alguns tipos de cancro.

Além disso, entre os principais efeitos do excesso de peso está o acúmulo de gordura no fígado, também conhecido como esteatose hepática. Este é um dos distúrbios metabólicos mais preocupantes, atualmente, e uma das  principais causas de doença hepática crónica e de transplante de fígado em todo o mundo, estando relacionado com a obesidade, diabetes e outras doenças caracterizadas pela resistência à insulina.

Considera-se que se está perante uma situação de fígado gordo, quando mais de 5% das células hepáticas têm acumulação de gordura, sendo esta diagnosticada através de um exame de imagem do fígado, na maioria das vezes a ecografia, ou por biópsia hepática.

Nestes casos, o interior das células do órgão é preenchido por partículas microscópicas de gordura, podendo, em cerca de 20% dos casos, haver inflamação hepática (esteato-hepatite) e, nalguns casos, o problema pode mesmo evoluir para cirrose hepática. A esteatose hepática afeta cerca de 25% das pessoas, mas a sua prevalência sobe consideravelmente para 65% entre as pessoas obesas e atinge os 85% nos casos de obesidade mórbida, sendo notória a relação entre a obesidade e o fígado gordo.

Esta é uma doença que não provoca sintomas, dando sinais apenas quando já está numa fase avançada, como, por exemplo, a fadiga, a fraqueza, a icterícia e a facilidade de fazer hematomas.

No entanto, nem tudo são más notícias. Nas pessoas obesas,  caso consigam uma redução do índice de massa corporal, é possível  fazer regredir a esteatose hepática.

Visto que não existe nenhum tratamento específico nem medicamentos eficazes para esta situação, a melhor forma de a prevenir  é evitar os fatores de risco, principalmente o excesso de peso.

Para isso, deve-se apostar numa dieta saudável, com restrição de açúcares e gorduras, rica em fibras, e sem consumo, ou apenas com um consumo ligeiro, de álcool e apostar na prática de exercício físico regular.

A prevenção é a melhor opção para cuidar da saúde do fígado!

Artigo de opinião de Arsénio Santos, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF)

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