O Congresso Português de Hepatologia, em simultâneo com a 27.ª Reunião Anual da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), vai realizar-se entre os dias 18 e 20 de abril, na Figueira da Foz. Arsénio Santos, presidente da APEF, levanta o véu daquele que é, “para todos os que se dedicam a esta área clínica e do conhecimento, (…) um marco único, um momento de pausa e de balanço”. O presidente revela que o programa contará com assuntos em que houve avanços recentes e novos temas, procurando variar em relação aos anos anteriores.
De 18 a 20 de abril, realiza-se o Congresso Português de Hepatologia e a 27.ª Reunião Anual da APEF. Que objetivos vos movem?
Move-nos a necessidade que sentimos de uma vez por ano se encontrarem os membros de toda a comunidade hepatológica nacional. Temos necessidade de nos juntar para partilhar os nossos sucessos, dúvidas e angústias, de saber como evoluem os nossos serviços e instituições e de discutir os avanços da ciência.
Quais são os temas em destaque para este Congresso?
Temos um programa completo e diversificado. Realço temas como a doença hepática esteatósica, que recentemente mereceu atualização da sua classificação e nomenclaturas, as complicações e o manejo da cirrose, as doenças hepáticas autoimunes, o colangiocarcinoma, as hepatites virais e a transplantação hepática. Teremos conferências sobre a importância global das doenças hepáticas, o plano nacional para as hepatites virais e as perspetivas de fármacos modificadores de doença na cirrose. Destaco o debate sobre a investigação em Hepatologia, onde iremos tratar do que já se faz e do que ainda poderemos melhorar. Realçaria ainda as comunicações orais e pósteres que trazem para o nosso congresso os resultados de muita da investigação básica e clínica em Hepatologia que se faz no nosso país.
Aquando da escolha do programa, quais os critérios que foram tidos em conta?
Estiveram subjacentes duas ordens de razões: tratar de assuntos em que houve avanços recentes e incluir novos temas, procurando variar em relação aos anos anteriores.
Relativamente aos Cursos que se vão realizar, o que já pode revelar?
O curso pós-graduado é sempre sobre um tema de grande relevância para a prática clínica. Este ano, será sobre o carcinoma hepatocelular, área em que o manejo da doença e as opções terapêuticas têm tido progressos assinaláveis. Teremos também o curso sobre elastografia hepática e esplénica, que tratará sobretudo sobre a sua interpretação e aplicação cínica.
Quais são as suas expectativas para esta reunião?
Que mais uma vez seja uma reunião rica de conteúdos e muito participada. E que, à semelhança dos anos anteriores, se note a presença de grande número de jovens interessados nos problemas do fígado. Para todos os que se dedicam a esta área clínica e do conhecimento, o Congresso anual é sempre um marco único, um momento de pausa e de balanço.
Em que sentido é que esta reunião pode contribuir para a melhoria da Hepatologia, a nível nacional?
É apenas mais um elo na oferta formativa em Hepatologia que ao longo de cada ano está ao dispor dos hepatologistas e dos nossos internos, mas se calhar é o mais importante. Além de ser uma oportunidade de atualização, gera também o ambiente em que podem surgir ideias inovadoras e se podem estabelecer parcerias.
O programa contará com a presença de convidados internacionais. Quer falar um pouco mais acerca da escolha destes nomes e da sua participação no programa?
Tivemos a preocupação de, além de alguns dos nossos melhores especialistas em diversas áreas, trazer até nós um conjunto de renomados especialistas internacionais. Alguns deles estão na vanguarda do conhecimento e da prática clínica nas suas áreas de interesse e vêm de centros que ajudam a marcar a evolução da Hepatologia. Procurámos trazer pessoas que fazem a diferença… Aliás, o contacto com colegas de outros países e a cooperação com as associações internacionais tem sido uma das linhas de ação da APEF, pois pensamos que isso contribuirá para a melhoria da nossa qualidade científica e para fortalecer a Hepatologia nacional.
Que mensagens gostaria de deixar aos participantes?
Duas mensagens: que participem muito e que desfrutem desta oportunidade. A Figueira da Foz é um local muito aprazível e propício à partilha informal de ideias e projetos. Apesar do acesso fácil à informação e da possibilidade hoje tão banalizada de reunir remotamente, há aspetos em que as reuniões presenciais continuam a ser insubstituíveis.