“Doença Hepática Crónica Avançada Descompensada” é o tema do curso pós-graduado que está a decorrer, neste momento, no âmbito do CPH 2022, destinado, principalmente, a médicos que se dedicam ao estudo e tratamento de doentes hepáticos, sendo especialmente importante para os que estão em formação especializada de Medicina Interna e de Gastrenterologia.
De acordo com Armando Carvalho, diretor da Clínica Universitária de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e presidente desta ação formativa, este curso aborda “vários aspetos da doença hepática crónica descompensada, com o objetivo de contribuir para a formação médica numa patologia muito frequente e com forte impacto na morbilidade e mortalidade”.
“A importância deste curso resulta dos avanços que têm ocorrido no que respeita a conceitos, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento das pessoas com doença hepática avançada. São exemplo disso os temas que estão a ser abordados: inflamação e estadiamento da doença hepática avançada, estatinas na prevenção da descompensação, relevância da sarcopenia e fragilidade nestes doentes, impacto da infeção e antibioterapia na cirrose hepática, novas definições para descompensação, descompensação adicional e recompensação, novas terapêuticas na hemorragia digestiva alta, na encefalopatia hepática e na acute on chronic liver failure”, afirma Armando Carvalho.
Quando questionado acerca das suas expectativas para este curso, o médico refere serem “grandes”, tanto em termos de qualidade e interesse prático, como de número de participantes e do impacto que terá na atividade hepatológica.
“Os palestrantes, especialistas nacionais e estrangeiros com conhecimentos e experiência reconhecidos nos assuntos que abordam, garantem um nível muito elevado em todos os temas do programa, extremamente atuais e importantes na nossa atividade diária. Quanto aos participantes, tem-se notado um número crescente de jovens médicos nas diversas sessões sobre temas hepatológicos, pelo que temos muitos interessados no curso, com reflexo positivo na prática clínica e na estimulação de projetos de investigação nesta área. Podemos e devemos ter estudos importantes na doença hepática avançada, sobretudo no que respeita à etiologia mais prevalente entre nós, a doença hepática alcoólica, mas também noutras causas frequentes, como o fígado gordo não alcoólico ou as hepatites virais crónicas”, observa Armando Carvalho.
E termina: “Espero ver no Congresso Português de Hepatologia de 2023 alguns trabalhos inspirados por este curso.”