A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma campanha nacional de consciencialização para as Hepatites Virais, doenças que afetam mais de 50 mil doentes em Portugal, muitos ainda por diagnosticar. Sob o mote “A Hepatite não pode esperar”, esta iniciativa surge no âmbito das comemorações do Dia Mundial das Hepatites, que se assinala a 28 de julho, e decorrerá durante o mês de julho, nas redes sociais da associação, com o objetivo de alertar os portugueses para a importância de diagnóstico precoce das Hepatites, como forma de fazer o seu tratamento eficaz e de evitar a transmissão de novas infeções.
“Com esta iniciativa pretendemos alertar para a importância de prevenir e tratar precocemente estas doenças. A Hepatite é uma doença evitável, tratável e, no caso da Hepatite C, curável. As Hepatites Virais B e C afetam mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano. Em Portugal existem ainda muitos doentes com Hepatites B e C não diagnosticados. Frequentemente, os doentes infetados não têm sintomas. Por isso, é primordial que quem tem fatores de risco faça os testes de rastreio das Hepatites B e C, mas, independentemente disso, é desejável que qualquer pessoa os faça pelo menos uma vez na vida”, explica Arsénio Santos, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).
E acrescenta: “A taxa de cura para a Hepatite C situa-se em 97 por cento, sendo fundamental que o diagnóstico seja feito atempadamente. A Hepatite B é igualmente tratável. Se não forem tratadas, estas Hepatites podem evoluir para Cirrose Hepática, e nalguns casos, para Cancro do Fígado. Lembre-se que a cada 30 segundos morre no mundo uma pessoa com uma doença relacionada com as Hepatites. Os tratamentos são simples, rápidos e gratuitos para o utente”.
Em Portugal, a vacinação contra a Hepatite B faz parte do Programa Nacional de Vacinação desde 1995, contribuindo para a redução significativa da incidência desta doença. Porém, ainda não existem vacinas para a Hepatite C, tornando-se vital a adoção de comportamentos seguros, como o uso de preservativos e a não partilha de agulhas ou outros objetos cortantes.
“Existem ainda muitos doentes por diagnosticar e por tratar. É preciso fazer mais e melhor, se quisermos cumprir a meta proposta pela Organização Mundial da Saúde de erradicar as Hepatites Virais até 2030”, conclui Arsénio Santos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou uma Estratégia Global sobre Hepatites Virais: eliminar a Hepatite Viral como uma ameaça à saúde pública até 2030. Esteja atento e consulte o seu médico para fazer o diagnóstico e, em caso positivo, um tratamento atempado. Não fique à espera. Atue.
A Hepatite caracteriza-se por uma inflamação das células do fígado, podendo ter várias causas, nomeadamente os vírus da Hepatite A, B, C, D e E, sendo a B e a C as que têm maior impacto na saúde pública. O fígado é um importante órgão do corpo humano e, no caso de inflamação ou lesão, pode haver comprometimento da sua função, podendo originar diversas complicações a curto ou a longo prazo.