A encefalopatia hepática é uma das complicações associadas à doença hepática, cuja intervenção nutricional está prevista na abordagem terapêutica. Catarina Gouveia, gastrenterologista, debruçou-se sobre esta questão durante a sessão “Nutrição clínica na cirrose” do Curso de Nutrição Clínica na Doença Hepática da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), clarificando as medidas de otimização do estado nutricional.
Qual a importância do tema do qual é palestrante (“Nutrição clínica na cirrose”)?
Catarina Gouveia (CG) – Este é um tema de extrema importância na abordagem do doente com doença hepática crónica, uma vez que a malnutrição é bastante frequente nesta população e tem um impacto negativo no prognóstico desta doença, reduzindo a sobrevida global destes doentes. É necessário que os Gastrenterologistas saibam identificar que doentes tem compromisso do seu estado nutricional e implementar intervenções nutricionais adequadas ao contexto clínico e baseadas na evidência existente
Relativamente à sua intervenção em específico (“Tratamento nutricional na encefalopatia hepática”), o que nos pode dizer?
CG – No caso específico da encefalopatia hepática, uma das complicações da doença hepática, a intervenção nutricional faz parte da sua abordagem terapêutica. Nesta intervenção, apresentei várias medidas de otimização do estado nutricional de doentes com encefalopatia, que mostraram melhorar a função neurocognitiva destes doentes.
O que é que este tema pode acrescentar a todos os participantes?
CG – Penso que com a apresentação deste tema conseguimos realçar a importância que a desnutrição/sarcopénia tem no prognóstico de doentes com doença hepática, e apresentar diversas medidas de optimização do estado nutricional destes doentes.
Na sua opinião, qual a importância da realização do Curso de Nutrição Clínica na Doença Hepática?
CG – Penso que é um curso de extrema importância uma vez que os doentes com doença hepática crónica são doentes que pela sua patologia de base apresentam um elevado risco de desnutrição sendo por isso necessário que Nutricionistas e Gastrenterologistas saibam avaliar e abordar esta patologia.
Quais os principais obstáculos no que a este tema diz respeito?
CG – O principal obstáculo é a ausência de conhecimento em relação ao mesmo, uma vez que é um tema cuja importância foi realçada apenas recentemente (nos últimos anos). Além disso, é um tema sobre o qual a evidência é escassa que provém muitas vezes de estudos pequenos e heterogéneos.
Quais as suas expectativas em relação a este curso?
CG – Penso que será um curso bastante didático e no qual irei aprender bastante sobre este tema tão relevante na doença hepática crónica.