Das idas regulares ao médico aos rastreios: a prevenção do Cancro do Fígado erradica a mortalidade

Conhecido como o “órgão regenerador”, o fígado pode sofrer alterações quando se desenvolvem células anormais que dão origem a tumores, esta situação será particularmente mais frequente quando os doentes padecem de uma doença crónica do fígado. Silencioso e bastante comum, o cancro do fígado é um dos mais diagnosticados no mundo, ocupando o sexto lugar, conforme as últimas estimativas divulgadas.

A saúde hepática deve ser protegida desde cedo, sendo a prática de exercício físico um dos hábitos mais recomendados. Uma alimentação equilibrada e completa em nutrientes, assim como o fim da promoção dos açúcares adicionados, bebidas alcoólicas, tabaco e refeições ricas em gorduras saturadas que promovem e potenciam a obesidade, a dislipidemia e a diabetes. Estes fatores promovem e potenciam a continua deposição de gordura no fígado que leva ao desenvolvimento de doença crónica do fígado e posteriormente ao aparecimento do cancro no fígado cujos sintomas de alarme são, muitas vezes, inexistentes ou negligenciados. Esse fator faz com que o cancro seja na maioria das vezes detetado em fases avançadas que dificultam a cura.

Os indícios da doença por vezes são frustes, mas as dores abdominais do lado direito do abdómen, assim como os olhos ligeiramente amarelados, a perda de peso repentina, náuseas, fadiga, encefalopatia (estado confusional) e hemorragias, podem e devem fazer-nos recorrer ao nosso médico assistente. A presença destes sinais serão suficientemente evocadores para a suspeita do cancro no fígado, embora os doentes com hepatite B ou C, cirrose hepática e historial familiar, tenham maior probabilidade de contrair o tumor.

No caso de suspeitas após consulta do seu médico assistente, o diagnóstico pode ser completado com ecografias, tomografia computorizada (TAC), ressonância magnética ou até biópsias. Quando confirmado, avançam os tratamentos que irão variar conforme o tamanho do tumor, a localização, estado geral do doente e o grau de deterioração da função do fígado.

No nosso País, o cancro do fígado é o décimo mais comum, traduzindo 1740 novos casos em 2022, cujos 1 611 desses pacientes acabaram por morrer, segundo o Observatório Global de Cancro. A prevenção começa com um estilo de vida saudável e ativo, seguindo-se os rastreios frequentes, principalmente nos portadores de Hepatite B e C e cirrose hepática. Apesar da deteção precoce do cancro do fígado continuar a ser um desafio, aposte nas idas ao médico e atente aos sintomas primários.

Artigo de Opinião de José Presa, Hepatologista

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