“A realidade médica impulsionada pela Oncologia de Precisão permite a otimização dos cuidados desde o diagnóstico ao tratamento, tendo sempre o doente no centro da decisão”

Foi através da sessão “Dilema em Hepatologia, o que vem a seguir” que Nuno Bonito, juntamente com Catarina Gouveia e Filipe Sousa Cardoso, participou no Congresso Português de Hepatologia dinamizado pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF). A intervenção do Assistente Hospitalar Graduado em Oncologia Médica iniciou a atividade do painel, sendo a voz do tema da “Doença oncológica no candidato a transplante hepático. O que mudou?”.

Nuno Bonito começou por afirmar que é crucial mobilizar uma discussão multidisciplinar, de forma a desmistificar esta área e os seus tratamentos e potenciar a sobrevivência do doente com cancro, através de estratégias personalizadas, de terapêuticas multimodais, bem como na melhor seleção de doentes e das terapêuticas sistémicas. No que diz respeito ao sucesso do tratamento, destacou as abordagens visando a angiogénese, microambiente e interações do estroma.

De seguida, focou-se na mensagem que transmitiu, que objetivou contribuir para a educação médica e implementação da Oncologia de Precisão na prática clínica, referindo tópicos como a identificação de alterações moleculares. “A realidade médica impulsionada pela Oncologia de Precisão permite a otimização dos cuidados desde o diagnóstico ao tratamento, tendo sempre o doente no centro da decisão”, frisou Nuno Bonito.

O profissional de saúde aproveitou, ainda, para refletir sobre a evolução da transplantação de fígado em Portugal. “A previsão do resultado do transplante de fígado é desafiadora. Conceitos como quimiosensibilidade, biomarcadores prognósticos e intervalo livre de doença são fundamentais para a tomada de decisão. Cada vez mais o doente oncológico é elegível para transplante, fora das indicações tradicionalmente aceites”.

Neste âmbito, salientou que é fundamental gerar ferramentas que permitam um diagnóstico/avaliação precoce e intervenção ajustada com consequente reforço positivo dos outcomes terapêuticos. Partilhou que a biópsia líquida, em todas as suas vertentes, poderá ser um desses exemplos, permitindo a avaliação/monitorização em tempo real do comportamento biológico da doença.

Em suma, ponderando nas expectativas que traçou para os três dias de partilha científica organizados pela APEF, Nuno Bonito fez um balanço bastante positivo da iniciativa, conectando os fatores ciência e inovação. “São a ciência e a inovação que estão a conduzir ao desenvolvimento de novas atitudes. No entanto, a menor literacia em saúde e a falta de tempo com que se debatem os profissionais torna-se um problema. Estes dias de partilha permitiram, de uma forma privilegiada, uma abordagem multidisciplinar em que o doente está no centro dos cuidados e o seu percurso terapêutico é discutido por vários especialistas, tendo em conta as necessidades específicas do doente, sempre com o objetivo de prestar uma resposta personalizada e adequada”.

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